quinta-feira, março 25, 2010

Luta


A querida Claudia França confeccionou o vídeo abaixo com o intuito de mostrar as faces das mulheres que lutam e resistem a tanta opressão. Não importa idade, cor da pele ou até mesmo nacionalidade; essa luta é de todas!






terça-feira, março 23, 2010

MULHERADA # 02 - A Ditadura da Beleza

                                                                       Imagem: Daniel Ruiz

Neste podcast, Angélica Hellish (também do blog Masmorra Erótica), Aldre Lima (Vocalista da Banda Wicked Motor Band),  Claudia França, Cafeína (do Bebendo Fumaça),  e Polly Ana e Priscila Perez  (do Mundo Rod) conversaram sobre a tão rígida Ditadura da Beleza, o perigo dos tratamentos de beleza e os anseios da mulherada sobre esse assunto.

Não perca 71 minutos de um debate preocupado sobre a erotização das meninas e as bizarrices do mundo da beleza e, no fim, os imperdíveis erros de gravação!

Para ouvir, basta clicar no play aqui de baixo:







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quarta-feira, março 17, 2010

Minoria nunca mais!



Não é que a mulherada está com tudo e não está prosa? Ou será que não está prosa porque não está ciente do seu poder? Sim, porque poderosas nós somos e, acho sinceramente, que pouquíssimas entre nós sabe disso. Sem prepotência, meninas, eu estou me referindo à participação das mulheres nas redes sociais. A notícia na verdade não é nova: as mulheres dominam as redes sociais. Nem deveria haver surpresa nessa colocação porque mulheres são a maioria em praticamente todos os grupos sociais. Logo, ser maioria nas redes sociais nem deve ser considerada assim uma de nossas conquistas mais árduas. Mas considerando que o mundo nerd é implicita e tipicamente masculino, mulheres e computadores não seriam assim tão íntimos. Aí veio a web 2.0 com toda a exuberância de sua interatividade e estendendo um lindo tapete vermelho para a participação da mulher. E, aí sim chegamos ao cenário atual onde, além do Orkut e do Facebook – o que me pareceria bastante previsível – falamos também de redes como o Twitter, Flickr e FriendFeed entre as 12 redes sociais nas quais a mulherada domina quantitativamente. 



Mas o que fazer com essa informação? O que isso significa? Assim, de cara não dá para analisar com a propriedade que eu gostaria. São números um tanto frios, que não dizem quantas usam efetivamente o perfil cadastrado e como o fazem. Isso só dá mesmo para especular. Aparentemente, os homens tendem usar ferramentas simples e funcionais (como os fóruns de discussão, por exemplo) e de forma bem objetiva (agora conta uma novidade) enquanto nós – também aparentemente – ampliamos todas possibilidades da tagarelice e interação, trocando experiências com muito mais facilidade em várias esferas do nosso cotidiano: de marcas de fraldas a dicas de carreira, de receitas a malhação, de programação para o fim de semana a técnicas de sedução, de cosméticos a configuração de notebooks. 

Ou seja, tudo é de nosso interesse, contanto que possamos falar a respeito. Aqui eu me lembro de uma palestra que assisti durante a segunda edição do LuluzinhaCamp-RJ onde a @missmoura fez exatamente a apresentação que é o tema deste post. Ela mostrou vários cenários dessa relação entre a mulher e o mundo virtual além de outras variáveis que fazem toda diferença do mundo quando conseguimos concatenar as ideias (por isso ela é especialista em mídias sociais e eu não, né?).

Vejam aqui:


Gostaria muito de me lembrar de tudo o que ela apresentou para compartilhar aqui com vocês. Como a idade avança e a memória já não é mais a mesma, destaco alguns pontos e deixo as conclusões para a reflexão de vocês: 

A mulher está sempre conectada e não importa onde nem quando. Usa a rede para manter-se sempre bem informada e faz network sim. Muito. Ela também usa e abusa da habilidade natural para pechinchar e pesquisar preços e variedades de produtos e serviços diversos. Também somos consideradas confiáveis e por isso nossas opiniões são relevantes. Compramos ou influenciamos as compras de de mais de 80% do total de produtos e serviços, entre eles: 94% dos acessórios do lar, 92% dos pacotes turísticos, 91% dos imóveis, 88% dos planos de saúde, 88% de artigos de luxo, 75% de produtos de limpeza, 72% de artigo de papelaria, 65% de alimentos, 50% dos computadores e 42% dos carros

Lembram quando falei lá no início sobre o poder da mulherada? Então, me digam agora se eu estava exagerando? Claro que não! E melhores sucedidas serão as empresas e marcas que souberem se valer dessa gigantesca massa de informação valiosa. A mulherada geek agradece. E comparece.

terça-feira, março 16, 2010

O que quer uma mulher?

Sei que eu deveria estreiar meu espaço no Mulherada com alguma opinião ou texto próprio. Sei que estou devendo isso. No entanto, estava relendo algumas crônicas, algumas idéias sobre o que as mulheres realmente querem ou pensam e encontrei com o clichê feminino insubstituível: Martha Medeiros. E como não encontrei melhores palavras, deixo este texto dela como reflexo do que realmente penso sobre nós: Nós não sabemos direito...

Um bebê nasce. O médico anuncia: é uma menina!


A mãe da criança, então, se põe a sonhar com o dia em que a sua princesinha terá um namorado de olhos verdes e casará com ele, vivendo feliz para sempre. A garotinha ainda nem mamou e já está condenada a dilacerar corações. Laçarotes, babados, contos de fadas: toda mulher carrega a síndrome de Walt Disney.

Até as mais modernas e cosmopolitas têm o sonho secreto de encontrar um príncipe encantado. Como não existe um Antonio Banderas para todas, nos conformamos com analistas de sistemas, gerentes de marketing, engenheiros mecânicos. Ou mecânicos de oficina mesmo, a situação não anda fácil. Serão eles desprezíveis? Que nada. São gentis, nos ajudam com as crianças, dão um duro danado no trabalho e têm o maior prazer em nos levar para jantar. São príncipes à sua maneira, e nós, cinderelas improvisadas, dizemos sim! sim! sim! diante do altar; mas, lá no fundo, a carência existencial herdada no berço jamais será preenchida.

Queremos ser resgatadas da torre do castelo. Queremos que o nosso pretendente enfrente dragões, bruxas, lobos selvagens. Queremos que ele sofra, que vare a noite atrás de nós, que faça tudo o que o José Mayer, o Marcelo Novaes e o Rodrigo Santoro fazem nas novelas. Queremos ouvir “eu te amo” só no último capítulo, de preferência num saguão de aeroporto, quando ele chegará a tempo de nos impedir de embarcar.

O amor na vida real, no entanto, é bem menos arrebatador. “Eu te amo” virou uma frase tão romântica quanto “me passa o açúcar”. Entre casais, é mais fácil ouvir eu “te amo” ao encerrar uma ligação telefônica do que ao vivo e a cores. E fazem isso depois de terem se xingado por meia-hora: “Você vai chegar tarde de novo? Tenha a santa paciência, o que é que você tanto faz nesse escritório? Ontem foi a mesma coisa, que inferno! Eu é que não vou prepar o jantar para você às dez da noite, te vira. Tchau, também te amo.” E batem o telefone, possessos.

Sim, sabemos que a vida real não combina com cenas hollywoodianas. Sabemos que há apenas meia dúzia de castelos no mundo, quase todos abertos à visitação de turistas. Sabemos que os príncipes, hoje, andam meio carecas, usam óculos e cultivam uma barriguinha de chope. Não são heróicos nem usam capa e espada, mas ao menos são de carne e osso, e a maioria tentaria nos resgatar de um prédio em chamas, caso a escada magirus alcançasse o nosso andar. Não é nada, não é nada, mas já é alguma coisa.

Dificilmente um homem consegue corresponder à expectativa de uma mulher, mas vê-los tentar é comovente. Alguns mandam flores, reservam quarto em hotéizinhos secretos, surpreendem com presentes, passagens aéreas, convites inusitados. São inteligentes, charmosos, ousados, corajosos, batalhadores. Disputam nosso amor como se estivessem numa guerra, e pra quê? Tudo o que recebem em troca é uma mulher que não pára de olhar pela janela, suspirando por algo que nem ela sabe direito o que é.

"Perdoem esse nosso desvio cultural, rapazes. Nenhuma mulher se sente amada o suficiente.“


quinta-feira, março 11, 2010

Igualdade Desigual

Super atrasada, mas ainda no clima do Dia Internacional da Mulher, cá estou eu tentando concatenar as ideias e compartilhar algumas opiniões. Alguns amigos e amigas me consideram até um pouco machista. Mas o fato é que depois de já ter vivido algumas boas experiências nessa vida, desencanei de alguns (pré)conceitos e passei a tentar encarar algumas facetas da nossa grande jornada com mais simplicidade.

O que eu quero mesmo é falar de igualdade. Esse assunto está martelando a minha cabecinha oca já há algum tempo e por causa de assuntos diversos. Aproveitando a deixa do 8 de março, vou tentar expor algumas das minhas angústias. 

Eu acredito que não se deve tratar desiguais como iguais. Homens e mulheres são diferentes – muito diferentes – e isso é fato. E o que eu quero expor aqui vai parecer pura incoerência pois eu vou justamente reclamar da desigualdade. O grande desafio vai ser organizar o pensamento para que essa incoerência faça algum sentido (se é que isso é possível).

Tenho tido muita sorte na vida e trabalhado em grandes empresas. Realmente eu não tenho do que reclamar. Mas analisando friamente, muitos detalhes fazem grande diferença no dia a dia das relações entre homens e mulheres. Vamos aos exemplos práticos:

1. Plano de Saúde
Poucas são as empresas que permitem que as mulheres possam colocar seus maridos/companheiros como dependentes no plano de saúde. Isso afeta diretamente a renda da funcionária. Dois funcionários, um homem e uma mulher, que foram contratados no mesmo dia na mesma função terão renda diferenciada porque na casa da funcionária, o seu marido/companheiro não usufrui do plano corporativo da sua esposa. Nada justifica essa desigualdade de tratamento.

2. Auxílio Creche
Por contra partida, em muitas empresas apenas a funcionária tem direito a um benefício chamado auxílio-creche. A princípio muita gente dá vivas à isso, como se fosse uma compensação. Errado novamente. Qualquer funcionário deveria ter direito a tal benefício. Concedê-lo somente às mulheres faz com que a contratação de uma mulher seja considerada uma escolha mais cara para a empresa. Mesmo que a empresa não estimule esse tipo de pensamento, gerentes tapados pensam assim. Acreditem em mim.

4. Gravidez e Maternidade
Se reproduzir é necessário para a sobrevivência da humanidade por que as empresas insistem em perguntar ainda na entrevista se a mulher já é mãe ou pretende ser e quando? Para mim pessoalmente nem é um problema de fato (já desencanei da maternidade imediata, mas isso é assunto para uma postagem exclusiva), mas eu acho o fim da picada querer saber se a mulher quer engravidar ou não. É um sinal incontestável de que o pensamento que ali impera é praticamente medieval. Mulheres engravidam, ponto. Faz parte da natureza. Tentar sempre “contabilizar” isso é a estupidez mor dos gerentes e das empresas.

5. Chefia
Mulheres ainda são minoria em cargos de chefia. Não são duronas. Precisam se preocupar com filhos e isso as torna menos “disponíveis” do que os homens. E vários outros argumentos preconceituosos. Faça-me o favor! Jogue a moça na fogueira e deixe-a se virar! Já trabalhei com mulheres muito mais exigentes do que homens. Cobre pelo resultado e esqueça o resto. Mas não assuma antes que, por ser mulher, uma pessoa não “serve” para a função. Uma outra faceta deste mesmo problema é que, para acabar com a defasagem gerencial, muitas empresas instituíram “cotas” de diversidade. Um número X de gerentes deve ser de mulheres. Triste escolha. Isso significa que uma mulher poderá escolhida para um cargo de liderança a despeito da sua real capacidade. Se ela faz m, vai a empresa inteira soltar piadinhas do tipo “bem feito, devia estar pilotando um fogão”. E isso só piora as coisas... Acaba com o crédito da mulherada. 

Não sei se consegui demonstrar exatamente qual é o meu descontentamento. Como eu disse lá no começo, eu sei que homens e mulheres são diferentes, mas para mim isso não justifica esses exemplos da mais ultrapassada desigualdade. Em pleno século XXI homens e mulheres mudaram os seus comportamentos. Homens se flexibilizaram e mulheres se endureceram. Por que ainda resistir a isso? Por que achar que conceitos que eram válidos na década de 70 ainda podem ser aplicados em tempos de pura competitividade? Querem pasteurizar o mundo, tornando-o o habitat de andrógenos dos dois gêneros? Respeitemos as diferenças e deixemos o povo trabalhar! Teno certeza de que disposição não vai faltar.

segunda-feira, março 08, 2010

MULHERADA # 01 - Analisando o Dia Internacional da Mulher

                                                                       Imagem: Daniel Ruiz

Neste podcast, Angélica Hellish (também do blog Masmorra Erótica),  Claudia França e Polly Ana conversaram sobre o Dia Internacional da Mulher, avanços, retrocessos e paradoxos. Você entenderá o porquê  Bruna Surfistinha, Gabriela Leite (Fundadora da Daspu) e o Dia das Mães foram citados por aqui. 

Não perca 53 minutos de uma conversa indignada e descontraída sobre a luta que as mulheres tem de travar todos os dias e não apenas hoje.

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segunda-feira, março 01, 2010

As Culpadas



Hoje, ao acaso, encontrei uma notícia, no mínimo, revoltante: mulheres são culpadas pelo estupro. Logo que li o título (já com raiva nos olhos), tratei de verificar a data desse artigo, não podia ser algo recente. Ontem, essa notícia foi publicada ontem. É incrível imaginar que esse argumento bizzaro é disseminado quando o estupro é uma realidade que afeta 20% das mulheres em todo o mundo, segundo Relatório da Anistia Internacional
A notícia toda gira em torno de um panfleto religioso, no qual prolifera o mesmo discurso (cretino) de sempre: as mulheres instigam os homens a agirem de forma pecaminosa (vide Eva e tantas outras), as mulheres usam suas roupas com o intuito de provocar os homens e, mesmo que não esteja algo à mostra, até assim a mulher age com pecado.
Não queremos discutir religião, e sim quando essas frases sem nexo saem do âmbito religioso, assaltam o imaginário popular e ganham as ruas. Não é raro encontrar inúmeras pesquisas (essa, essa aqui e essa outra) que demonstram que a população (principalmente as próprias mulheres) culpam as vítimas pelo estupro. Uma dessas pesquisas diz que pelo menos um terço das pessoas na Grã-Bretanha acreditam que uma mulher é responsável, de forma parcial ou total, por ser estuprada se ela tiver flertado com o futuro agressor.
Outro caso que nos dá assombro só de ouvir aconteceu em Nova Délhi, cidade que sofreu (e ainda sofre) uma onda de estupros, onde em resposta a esses ataques a ministra em exercício para assuntos femininos, Kanti Singh, disse que "os pais deveriam observar que tipo de roupas as moças estão usando quando elas saem de casa," atribuindo, desse modo, a culpa ao corpo feminino, como se ele fosse um produto disponível, podendo ser tomado à força por qualquer homem, desde que este se sentisse atraído pela embalagem.
No cinema, o assunto é mencionado em Laranja Mecânica (1971), filme inspirado no livro homônimo de Anthony Burgess, dirigido por Stanley Kubrick, o longa narra o percurso de Alex (Malcolm McDowell), um garoto que faz parte de uma gangue e que, sem escrúpulos, rouba, mata e estupra. A cena do estupro é realizada ao som da canção Singing in the rain, cantada pelo próprio Alex. Outra cena de estupro, mas no sentido metafórico, ocorre quando Alex e seu bando invadem a casa de uma dançarina, que é morta com um pênis gigante.
Em outro filme, Meninos não Choram (1999), o estupro é punição. Teena Brandon (Hilary Swank) é uma menina que decide trocar de identidade, passando-se por um menino chamado Brandon Teena. No entanto, sua identidade é descoberta e, por causar incômodo, por fugir dos paradigmas, ela é estuprada e morta. Ressalta-se que esse filme é baseado em uma história verídica que aconteceu em 1993.
Entretanto, a obra cinematográfica que chegou mais perto (isso é na minha opinião, é claro e com base em minha memória falha) das discussões sobre a culpa das vítimas nos casos de estupros foi em Acusados (1988). Um filme de Jonathan Kaplan com a atuação fascinante de Judie Foster, que vive Sarah Tobias, uma mulher que é estuprada em um bar e, ao denunciar a agressão, ela sofre humilhações, questionamentos e a culpa pelo o que havia acontecido com ela. Sarah se depara com um sistema machista e conservador, que acha que certas mulheres merecem ser estupradas, seja por suas atitudes, seja por suas roupas.
No Brasil, a coisa ainda caminha (a lentos passos, mas caminha), com a Lei Maria da Penha houve uma proteção mais ampla quanto à violência doméstica sofrida pelas mulheres, no entanto, ainda é difícil as mulheres denunciarem os casos de estupro, ora por vergonha, ora por culpa, já que esses discursos massacram a todas.
Devemos, todas, gritar contra essas frases soltas. Devemos resistir frente a um sistema que inscreve que a mulher é um corpo disponível. O estupro não é e nem nunca foi culpa das mulheres, a culpa desse ato (ou a maior delas) é sim da hipocrisia que criou no homem uma noção ridícula de instinto. 


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